Circuito Mangue de Pedras

Búzios é repleta de praias e paisagens já conhecidos por praticamente todos os visitantes. O balneário, porém, ainda guarda belos recantos pouco explorados, acessíveis por trilhas escondidas, sem muitas placas ou sinalização.

Entre esses picos estão os fotogênicos Mangue de Pedras, nos arredores do bairro da Rasa e da praia da Gorda, que merecem ser descobertos em experiências guiadas.

Com os profissionais da região por perto, ninguém se perde ou perde detalhes da flora e da fauna nativas e das formações geológicas. Sem contar as explicações ambientais, científicas, históricas e culturais sobre os surpreendentes atrativos.

Mangue de Pedras

Acessível por uma pequena trilha que parte de um mirante panorâmico, o Mangue de Pedras apresenta um ecossistema próprio e exclusivo.

Diferente dos outros mangues mundo afora, que se formam sobre solo lamoso e na desembocadura de rios, o manguezal buziano é formado por cascalhos e areia grossa, sem rios por perto para descarregar água doce. Essa ação é feita pela água das chuvas infiltradas no solo.

Mangue de Pedra em Búzios

Para completar a paisagem única, o cenário exibe árvores de grande porte com raízes trançadas em meio a pedras e pequenas piscinas naturais. Paralela à praia e ao mangue, a vegetação típica da região exibe cactos e bromélias em uma rara combinação para um ambiente de manguezais.

E ainda tem milhares de conchinhas de todas as formas e coloridos barquinhos de pesca, conferindo ares charmosos e bucólicos em meio à linda moldura. Caranguejos, mariscos e peixes enchem as redes.

Mangue de Pedra em Búzios

Uma caminhada de meia hora pela praia da Gorda leva a uma colônia de pescadores. Ali há um outro braço do mangue, com poucas árvores, enormes pedras pretas e um chão forrado de cascalhos, além de pequenas falésias que revelam camadas de variados tipos de rocha e argila, numa síntese da riqueza geológica da região.

Um pouco de história – As praias da Gorda foi cenário para o desembarque de navios negreiros clandestinos no século XIX, quando o tráfico de escravos já estava proibido no Brasil.

Os africanos que ficaram pelas fazendas dos arredores deixaram muitos descendentes, responsáveis pelos quilombos da região. Em homenagem a eles, a Praça Quilombola foi inaugurada em 2018, no Arpoador da Rasa.

Praça Quilombola, no Arpoador da Rasa

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